Dia da Água: como reverter o quadro do saneamento básico no Brasil?
*Elias Oliveira
Apesar
de um leve avanço, a situação do saneamento básico no Brasil ainda é
muito grave e faz com que metade da população ainda não tenha acesso a
esgoto tratado: são mais de 100 milhões de pessoas afetadas, de acordo
com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Além
disso, segundo a instituição, 34 milhões de brasileiros não recebem água
tratada.
Também
preocupa o fato de o país produzir cerca de 9 mil toneladas por dia de
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) – essa é a parcela orgânica dos
efluentes dos esgotos domésticos. Desse total, apenas 39% são removidos
pelas Estações de Tratamentos de Esgoto (ETEs), de acordo com
levantamento divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo
Ministério das Cidades, no “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias
Hidrográficas”.
Ao
avaliar todas essas informações, podemos concluir que a situação de
saneamento em nosso país é bem crítica. Assim, devemos utilizar o Dia
Mundial da Água, celebrado em 22 de março, para debater o assunto, pois a
situação impacta diretamente na saúde da população, sobretudo com a proliferação de mosquitos transmissores e o consequente aumento dos casos de febre amarela, dengue, chikungunya e vírus zika.
Isso ocorre porque o esgoto a céu aberto se acumula em poças, que se
misturam às águas da chuva e se transformam em novos criadouros para o
mosquito. Outras doenças, como a febre tifoide, hepatite A e E, pólio e
cólera também são potencialmente causadas pela falta de tratamento da
água.
Além das muitas vítimas, o combate a essas doenças também afeta
diretamente os cofres públicos, afinal investir em saneamento e prevenir
os danos custa bem menos que cuidar de um paciente internado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar gasto com o saneamento básico representa uma economia de US$ 4,3 com a saúde.
Embora
seja uma realidade distante de boa parte da população, algumas soluções
químicas são extremamente eficazes para minimizar os níveis de
contaminação da água e capazes de contribuir diretamente com a
qualidade de rios, lagos, represas e lençóis freáticos.
Para auxiliar no tratamento feito tanto por administrações públicas
quanto por privadas, empresas nacionais trabalham constantemente no
desenvolvimento de sistemas e produtos altamente eficazes e seguros,
como o Cloro, ideal para desinfecção de águas e esgoto. Soluções à base
de cloro já são aplicadas há mais de cem anos, por exemplo, em estações
de tratamento e também em indústrias de alimentos e bebidas. É o meio
mais eficaz e barato para prevenir doenças, eliminar parasitas, vírus,
fungos e bactérias.
Ter água limpa e saneamento básico é mais que um direito, é sinônimo de
qualidade de vida e saúde para a população. Por isso, o Dia da Água deve
ser visto como uma oportunidade perfeita para chamarmos a atenção do
poder público, da sociedade civil e da iniciativa privada para um dos
grandes problemas do país que necessita urgente de uma solução.
*Elias Oliveira é gestor institucional da unidade de negócio
Sabará Químicos e Ingredientes, pertencente ao Grupo Sabará, empresa que
oferece ao mercado soluções integradas para o tratamento de águas
industriais e saneamento básico, garantindo há mais de 60 anos o
fornecimento de produtos, equipamentos, assistência técnica e prestação
de serviços para a desinfecção de águas em diversos processos
industriais.
É membro da Comissão de Estudo de Produtos Químicos para Saneamento
Básico, Água e Esgoto da ABNT; Membro da Comissão de Manuseio e
Transporte da ABICLOR (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis,
Cloro e Derivados); Membro do Comitê Gestor Prodir (Processo de
Distribuição Responsável) da ASSOCIQUIM; Membro da Comissão de Estudos e
Prevenção de Acidentes no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos
da Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo; e
Coordenador da Sub Comissão de Estudos e Prevenção de Acidentes no
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos da Região de Campinas.
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