Temer ganha com a eleição de Maia
por Samuel Celestino
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM), recebeu 385 votos contra 170 de Rogério Rosso, mas o grande
vitorioso estava no Palácio do Planalto, o presidente em exercício
Michel Temer (PMDB), que retirou de cena o ex-ministro de Dilma
Rousseff, Marcelo Castro, que até a manhã de quarta-feira era
considerado um candidato de peso. A vitória de Temer ocorreu em duas
frentes: determinou que os deputados da sua base passassem a agir nos
bastidores para mudar o cenário então favorável a Castro, além de impor
uma derrota ao PT e, principalmente a Lula, que passa a estar de cabeça
baixa. Dessa forma, o Partido dos Trabalhadores está alijado do novo
cenário político, abrindo espaço para que o Palácio do Planalto passe a
dar suas cartas. Seguramente, foi a maior vitória de Temer até aqui, ao
agir na hora certa quando havia dúvidas sobre a decisão da votação em
dois turnos. Dificultou, ainda, as possibilidades escassas de Rousseff
em relação ao impeachment, que será votado definitivamente no dia 4 de
agosto. O governo passa a contar com o apoio total da Câmara dos
Deputados e seguirá agora em frente com os seus projetos que ficaram
encalhados nos dois meses de Waldir Maranhão como presidente-fantasma da
Câmara, que não se movimentava. Rodrigo Maia vai colocar em pauta a
cassação de Eduardo Cunha quando houver quórum privilegiado, com um
número considerável de parlamentares para que não haja manobras, porque
um quórum reduzido é tudo o que Cunha deseja para derrubar o processo de
cassação. Ademais, dentre outros projetos, o novo presidente pretende
comandar uma reforma política de forma imediata, mais do que necessária,
e ajudar o Planalto com outros projetos básicos, dentre eles a reforma
da Previdência.
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