Edson Fachin atendeu ao pedido da PGR | Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou abertura de inquérito
para investigar se integrantes da cúpula do PMDB no Senado por
supostamente receberem propina na construção da usina hidrelétrica de
Belo Monte, no Pará. O ministro Edson Fachin atendeu ao pedido da
Procuradoria-Geral da República para investigar o presidente do Senado,
Renan Calheiros (AL), e os senadores Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO)
e Jader Barbalho (PA) – todos do PMDB. A linha de investigação tem
como base a delação premiada de Delcídio do Amaral, ex-senador do PT.
Delcídio afirmou aos investigadores que ex-ministros operaram um esquema
de desvio de dinheiro das obras da usina de Belo Monte. Os recursos
teriam abastecido campanhas do PT e do PMDB. Delcídio afirmou, ainda que
os senadores Renan Calheiros, Edison Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá
e Valdir Raupp influenciaram amplamente no governo, não somente na
usina de Belo Monte, como no Ministério de Minas e Energia, Eletrosul,
Eletronorte, diretorias de abastecimento e internacional da Petrobras,
além da usina de Jirau. O ex-senador afirmou que na época houve o
pagamento de ao menos R$ 30 milhões de propina pela construção de Belo
Monte ao PT e ao PMDB, sendo que o ex-ministro Antônio Palocci
coordenava esses pagamentos no âmbito do PT, os destinando à campanha da
presidente afastada Dilma Rousseff e ao próprio partido, para
redistribuir em benefício de diversas outras campanhas eleitorais. Ele
afirmou ainda que, pelo PMDB, Silas Rondeau destinou propina para o
grupo do ex-senador José Sarney (AP), do qual fazem parte Lobão, Renan,
Romero Jucá, Raupp e Jader. A assessoria de Renan Calheiros tem afirmado
que o senador sempre esteve à disposição para quaisquer esclarecimentos
e que todas as imputações contra ele são por ouvir dizer, ou ainda,
interpretações subjetivas. A defesa de Romero Jucá e Edison Lobão
sustentam que as delações não apontam um único fato que incrimine seus
clientes.
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