A conferência de abertura do II Congresso Acadêmico Unifesp teve como
tema central os pressupostos da universidade no século XXI. Boaventura
de Souza Santos, professor da Universidade de Coimbra (UC), por meio de
videoconferência, e Naomar de Almeida, professor e reitor da
Universidade Federal Sul da Bahia (UFSB), trouxeram suas experiências e
frisaram a importância da interdisciplinaridade e a relação das
instituições de ensino com a sociedade como eixos fundamentais para a
construção de um novo paradigma de formação. Santos enfatizou a urgência
do debate sobre a atuação da universidade na conjuntura política do
país. “Não podemos esquecer que o Brasil atravessa uma crise política
grave”, afirmou. O docente defende a democratização da universidade e
uma aproximação com as classes populares, o que inclui desde ações
afirmativas visando o ingresso de pessoas negras e periféricas na
academia até uma atenção especial para o conteúdo lecionado, de forma a
não repetir os padrões colonialistas. Ao longo de sua fala, ressaltou
ainda que a universidade deve estar a serviço da comunidade e lutar
contra o racismo e sexismo. Almeida, por sua vez, alertou para a
necessidade de superação do conceito de extensão. “A universidade não
precisa se estender porque ela não está fora, portanto não deve haver
separação entre ela e a sociedade”. Ele defende, com base em sua
experiência na UFSB, que a academia seja parte de uma grande rede que
envolva a comunidade, que os mestres de cada região sejam inseridos
enquanto formadores e que, com o auxílio da tecnologia, o conhecimento
seja acessível a todos.
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