A Polícia Civil de Vinhedo (a 83 km de São Paulo) indiciou o lutador de
jiu-jítsu Tiago Ahmar de Moraes, 26, na tarde desta sexta-feira (15)
por homicídio qualificado. Ele é suspeito de matar o próprio filho, Yago
Vinicius de Moraes, de 2 anos, com golpes de artes marciais. O suspeito
deve ficar preso temporariamente por 30 dias.
Ele chegou nesta madrugada a Vinhedo, após se entregar à polícia em Foz do Iguaçu (Paraná) nesta quinta-feira (14).
Antes de prestar depoimento e ser indiciado, o lutador negou ter batido
no filho até a morte, mas admitiu que, em alguns momentos, batia para
educar. "Não matei meu filho. Eu já bati, mas para educar. A violência
tem caráter pedagógico. Estou pagando por um crime que não cometi",
disse.
Moraes ainda não tem advogado para representá-lo no caso e depôs sem a presença de um defensor público.
O filho Yago morreu no Hospital de Clínicas da Unicamp no dia 26 de
julho, depois de passar uma semana internado em estado grave. Ele
apresentava traumatismo craniano e perfurações de órgãos vitais.
O suposto crime foi descoberto porque os profissionais de saúde de
Vinhedo que atenderam o menino desconfiaram da versão dos pais de que
ele havia caído enquanto brincava. A médica que denunciou o caso ao
Conselho Tutelar também esteve na delegacia nesta sexta-feira.
O
suspeito tinha mandado de prisão expedido pela Justiça desde 28 de
julho e estava foragido no Paraguai. Segundo a polícia, a família do
rapaz ajudou na negociação para que o jovem se entregasse, além disso o
suspeito acompanhava o caso pela internet. "Ele foi acompanhando a
situação por meio da família e da internet, até que decidiu se
entregar", afirmou o chefe da investigação, José Carlos de Moraes.
O promotor Rogerio Sanches, que acompanha o caso, informou que, apesar
do indiciamento, o suspeito ainda não será denunciado pelo Ministério
Público porque o inquérito não está concluído. "A Polícia Civil avalia a
possibilidade de fazer novas oitivas [ouvir mais testemunhas] e também
aguarda resultado de exames de perícia. Ele só será denunciado após a
conclusão do inquérito", disse.
O prazo para conclusão ou
prorrogação do inquérito termina no dia 25 de agosto, enquanto isso o
suspeito permanece preso. Caso seja denunciado, julgado e condenado,
Moraes pode pegar até 30 anos de prisão.
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