FIFA ameaça cancelar Copa das Confederações
A
Fifa deu um ultimato ao governo brasileiro: ou as autoridades nacionais
garantem a segurança da Copa das Confederações, dos jogadores,
comitivas e membros da imprensa internacional que estão no Brasil, ou
irá cancelar a realização do evento. O UOL Esporte apurou que a
cúpula da entidade que controla o futebol mundial levou à presidente
Dilma Rousseff o seguinte recado: se mais algum membro da Fifa, das
seleções que participam da Copa das Confederações ou da imprensa
internacional sofrer algum tipo de violência advinda dos protestos que
tomaram conta do país, a Copa das Confederações será cancelada.
Oficialmente, a entidade e o Comitê Organizador Local negam qualquer
tipo de reclamação ao Governo Brasileiro ou a possibilidade de suspensão
da Copa das Confederações. A área de comunicação ligada à Presidência
afirma desconhecer o assunto. Também em virtude desta situação, a
presidente da República marcou uma reunião ministerial de emergência
para a manhã desta sexta-feira. Um dos objetivos do encontro é encontrar
subsídios para convencer a Fifa de que é possível realizar os torneios
mundiais no país em segurança. Um dos motivos para que Fifa e Governo
comecem a discutir medidas drásticas em relação aos eventos esportivos é
o clima de insegurança que passou, a partir desta quinta-feira, a
atingir as delegações que estão participando da Copa das Confederações.
Os problemas mais graves ocorreram em Salvador. Nas manifestações
realizadas na capital baiana, após confrontos com a polícia nos
arredores da Fonte Nova, o protesto migrou para a região do hotel onde
membros da Fifa estão hospedados. Alguns manifestantes jogaram pedras
sobre dois ônibus oficiais da entidade. Houve também uma tentativa de
invasão ao hotel, contida pelo Batalhão de Choque. A violência já causou
uma mudança oficial de comportamento na Fifa. Desde a última
quinta-feira, todos os membros da entidade devem ir e voltar juntos ao
estádio, sempre com escolta da polícia, independentemente do horário de
trabalho dos profissionais. Além disso, Juca Kfouri, blogueiro do UOL,
informou que uma das seleções já teria manifestado a intenção de deixar o
Brasil, em razão da insegurança. Segundo ele, "uma delegação, que a
Fifa não quer mencionar, mas cujos jogadores trouxeram famílias, está
pressionando seu comando para ir embora. Eles dizem que não querem jogar
futebol em uma praça de guerra". Essa seleção seria a Itália, ainda de
acordo com Kfouri. Oficialmente, a delegação italiana nega a reclamação.
(Uol)
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