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domingo, 18 de julho de 2010

Criminalista: ou Eliza está viva ou crime não foi como jovem diz


A falta de vestígios da suposta execução de Eliza Samudio pode se tornar um ponto frágil no inquérito da Polícia de Minas Gerais sobre o desaparecimento da ex-amante do goleiro Bruno. Para o advogado criminalista e presidente da Comissão de Fiscalização e Defesa da Advocacia da OAB-SP, Mario de Oliveira Filho, ou Eliza está viva, ou o crime não ocorreu da forma como foi delatado pelo jovem de 17 anos, primo de Bruno e estopim de seu pedido de prisão. "É inadmissível, em termos técnicos, nada tenha sido encontrado", afirmou.
Segundo o relato do adolescente à polícia, Eliza foi estrangulada e esquartejada pelo ex-policial militar Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em uma casa em Vespasiano (MG). Depois disso, partes de seu corpo teriam sido jogadas aos cães da casa onde foi morta, e outras partes concretadas. "Esquartejar uma pessoa é muito complicado, desossar é pior ainda, pela forma como isso tem que ser feito, pela quantidade de sangue no local, nas roupas, além de vestígios de ossos, cabelo, e incrivelmente, por mais que se esforce, a polícia não consegue encontrar nada no local do crime apontado pelo jovem", disse Oliveira.
Na avaliação do criminalista, o caso se baseia no depoimento do jovem e isso expõe a maior fragilidade das investigações. "Uma coisa que pode ser favorável ao Bruno é o fato do menor ser a peça chave de toda a investigação e da acusação dos demais envolvidos (...) A todo o momento ele muda seu depoimento, disse que o Bruno estava no local do crime, mas depois desmentiu. Isso começa a mostrar a fragilidade desse relato", disse.
Em coletiva concedida na sexta-feira, o delegado Edson Moreira afirmou que o depoimento do jovem é "contundente e tem lastro". Um exemplo usado por ele é o caminho feito pelos suspeitos do sítio de Bruno, em Esmeraldas, até a casa de Bola. "Ele descreveu com detalhes o trajeto (...) Descreveu de forma precisa os cômodos da casa. (...) Quem descreve o local, a casa, da maneira como foi, reconhecendo a fotografia do Bola inclusive, não tem jeito de ser um depoimento inverídico. Ninguém tem condições de inventar uma história mirabolantes daquela".
De acordo com o adolescente, Bruno não tinha conhecimento do sequestro, nem da morte de Eliza, e não estava no local do crime. Filho diz que, com base nisso, a defesa do atleta poderia reforçar a tese do "excesso de mandato". "O Bruno, que exerceria um fascínio sobre Macarrão e os demais, pode ter dito para eles: 'dêem um susto nela, uns tapas', e eles podem ter se excedido, ultrapassando o que ele mandou ser feito (...) ele pode alegar que não mandou matar Eliza".

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